domingo, 27 de dezembro de 2009

Guerra justa?

Muito foi discutido sobre o Prêmio Nobel da Paz que o presidente norte-americano recebeu nove dias após enviar mais 30.000 soldados ao Afeganistão. O argumento assumido por Obama foi o de uma "guerra justa". Daí você se questiona, mas existe guerra justa?






Descobri em um jornal católico que até mesmo o Catecismo da Igreja reconhece o direito de legítima defesa via força militar. Segundo o mesmo, tal decisão é extrema e deve obedecer rigorosamente a determinas pré-condições. Eles são e devem ocorrer todos e ao mesmo tempo:

  1. os estragos do agressor à nação ou comunidade devem ter sidos duráveis, graves e certos
  2. todas as demais formas de por fim a isso devem ter se mostrado impráticas e ineficazes
  3. devem haver sérias chances de sucesso
  4. o uso de armamentos não deve produzir males e desordens mais graves do que o mal a ser eliminado
Ok, vamos analisar cada pré-requisito.

Primeiro: passa. Concordo que os estragos associados a terroristas Talibãs em 11 de Setembro de 2001 foram duráveis, graves e certos.

Segundo: falha parcial. Discordo que os norte-americanos, então liderados por George W. Bush, tentaram todos os meios possíveis para resolver a questão de outra forma. detalhe: em menos de um mês (8 de Outubro de 2001) eles já estavam guerreando atrás de Talibãs no Afeganistão. Por outro lado, também acredito que eles não estavam muito para conversa.

Terceiro: falha. O tamanho, poder e orçamento do exército americano comparado aos Talibãs poderia levar a crer em reais chances de sucesso. Porém, oito anos após o início das guerra, onde é que está o sucesso? O que seria tal sucesso? Não está claro nem ao menos para os norte-americanos, os motivos para tal guerra são vagos e inconvincentes.

Quarto: falha catastrófica. Os números de mortes à cada lado mostram que o mal feito aos afegãos ultrapassa (e muito) o mal feito por terroristas à América. Logo, este conflito há muito tornou-se desproporcional.

Os defensores da guerra argumentam que Obama não criou esta guerra, herdou-a, e seria então seu dever desenvolver um plano de desenvolvimento pro Afeganistão. Outros dizem que se os EUA estabelecessem um prazo para retirada, os inimigos apenas aguardariam esta data para voltar a atacar. E tem ainda o discurso de que o exército deveria acabar com as bases que recrutam terroristas e os treinam nos territórios do Afeganistão e Paquistão.

Será que tais argumentos se sustentam? Acredito que não, são fracos. Os Talibãs governaram o Afeganistão até 2001, quando foram retirados à força do poder, mas voltaram mais fortes contra os governos locais e as forças estrangeiras em 2004, agindo como guerrilhas, espalhados pela região e em todo o mundo. O problemas americano está apenas crescendo a cada dia.

A lição retirada de tudo isso: Obama chegou à Washington prometendo mudança, mas jogou fora a maior oportunidade que teve para fazer diferente.


1 comentários:

Poliana Vieira disse...

Eu realmente não entendo... conversando com um americano, pude perceber que ele apoia a guerra. Diz ele que todos da Al Quaeda devem morre. Resolvi perguntar de ele realmente acha que algum terrorista morreu na guerra, mas ele enrolou e mudou de assunto. Ele também me falou que se o Brasil fosse uma grande potência econômica provavelmente teríamos sérios problemas, mas sinceramente, não acredito, porque a China tem se tornado uma grande potência. Acredito que seja muito mais pela arrogância e cultura americana de achar que são os donos do mundo.

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